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Bebê nasce saudável após gestação rara fora do útero, no abdome da mãe

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Uma mãe deu à luz a filha após passar por uma gestação rara, quando o bebê não se desenvolve no útero. O parto aconteceu em Barbalha, no interior do Ceará, no dia 22 de abril, e durou mais de três horas.

Genattan Morais, a mãe da criança, desenvolveu uma gravidez abdominal, quando o feto, ao invés de se alojar dentro do útero, vai parar em outra parte do corpo. Geovana Eloá nasceu com 35 semanas e pesando 2,250 kg.

Segundo os médicos o caso é raríssimo. A gravidez ectópica, como é chamado quando o bebê não se desenvolve no útero, acontece em cerca de 1% dos casos, mas a situação de Genattan e Geovana é ainda mais incomum, como explica o ginecologista Gilmar Sampaio, responsável pelo parto:

"Na grande maioria das vezes essa gravidez fica na trompa. Apenas 0,5% das gravidezes ectópicas é de gravidez abdominal. O que torna esse caso emblemático é que, além da raridade da gravidez acontecer, mais raro ainda é chegar até o final da maturidade. Essa situação foi um verdadeiro milagre", diz Sampaio.

Gestação difícil

Genattan Morais deu à luz Geovana Eloá após uma gravidez rara em que o bebê se desenvolve fora do útero. — Foto: Lorena Tavares/SVM

Genattan Morais deu à luz Geovana Eloá após uma gravidez rara em que o bebê se desenvolve fora do útero. — Foto: Lorena Tavares/SVM

Quando Genattan Morais engravidou não imaginava o que estava por vir. Primeiro, porque ela só descobriu a gestação quando estava com quatro meses. Além disso, as dores na barriga mostraram que a situação não era normal. "Eu sentia muitas dores. Até mesmo para me locomover de um cômodo para outro era uma dificuldade, mas fui levando até onde aguentei".

Mesmo fazendo o pré-natal, no final da gestação, Genattan procurou respostas para as dores. Depois de uma ressonância magnética, descobriu que a bebê não estava no útero, mas dentro da cavidade abdominal. "Foi um susto", disse a dona de casa.

Após a descoberta, Genattan foi internada imediatamente no Hospital São Vicente de Paulo, em Barbalha. Foram poucos dias entre os exames e a formação da junta médica para decidir como seria a cirurgia, pois como ressaltou o médico Gilmar "a chance de ter óbito fetal intrauterino era grande e o bebê apresentar alguma deformidade depois também, já que ele não tem a proteção da matriz uterina".

Parto com cuidados

Médicos consideram a gestação e nascimento de Geovana Eloá um caso raro. — Foto: Lorena Tavares/SVM

Médicos consideram a gestação e nascimento de Geovana Eloá um caso raro. — Foto: Lorena Tavares/SVM

"A placenta acabou crescendo e agindo como uma espécie de um tumor. Ela acabou infiltrando vasos que nutrem parte do intestino grosso e parte do intestino delgado para ter a nutrição, para poder desenvolver o bebê, ou seja, para servir de alimento e oxigênio para o bebê. Então isso tornou a cirurgia complexa porque a gente precisava retirar a placenta", explica o médico oncologista Diego Santos.

Apesar de todos os riscos, a operação foi bem-sucedida. Geovana continuou sendo acompanhada pela equipe da UTI neonatal, porém já se alimenta via oral e respira sem ajuda de aparelhos. Os pediatras afirmam que Geovana vai precisar apenas de fisioterapia para reposicionar os ossos da cabeça e das pernas, já que dentro da barriga ela ficou sem a proteção do útero.

A mãe Genattan também segue se recuperando no hospital e não vê a hora de abraçar a filha. "Dá uma saudade tão grande dela que quando eu vejo as fotos, sinto vontade de apertar".


Fonte: G1 Ceará

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